Página:Alice no País do Espelho (Trad. Lobato, 2ª edição).pdf/38

CAPÍTULO III

OS INSETOS DO ESPELHO



ANTES DE mais nada era-lhe preciso fazer um estudo do país em que penetrara. “Isto será como nas lições de geografia”, pensou Alice pondo-se na ponta dos pés para ver ao longe. “Rios principais — não vejo nenhum rio, principal ou não. Montanhas principais só existe esta onde estou, que creio não tem nome. Cidades principais... Esperem! Há lá embaixo criaturas fabricando mel! Abelhas, não podem ser. Não existem abelhas “avistáveis” desta distância...”

Por algum tempo permaneceu Alice em silêncio, observando as criaturas que andavam de flor em flor, sugando os cálices, como fazem as abelhas. Todavia não eram abelhas. Davam idéia de elefantes e ao observar isto Alice ficou sem fôlego de tanto mêdo. “Que flores monstruosas devem ser as dêste país!” pensou ela. “Do tamanho de casas! Devem conter enormes quantidades de mel. Vou descer até lá para ver, resolveu. Mas logo ficou indecisa e murmurou, olhando para os lados: “Não ainda. Preciso primeiro arranjar um bom galho de árvore para varrê-los todos. E que engraçado quando me perguntarem lá em casa sobre este passeio, se