— Certamente, certamente, murmurou o Rei fazendo sinal a Ciro. — Abra a sacola, ordenou a êste. Depressa! Mas não tire capim.
Ciro puxou da sacola um grande pudim, pedindo a Alice que o segurasse enquanto ia em busca de um prato e duma faca.
O Leão veio juntar-se ao grupo com os olhos quase a se fecharem de sono. — Que é isto? murmurou preguiçosamente numa voz de sino de catedral, vendo a menina.
— Adivinhe, se é capaz. Eu não pude, observou o Unicórnio.
O Leão olhou para Alice por uns instantes. — É você algum animal, algum vegetal ou algum mineral? perguntou bocejando.
— É um monstro da fábula! gritou o Unicórnio antes que a menina pudesse responder.
— Nesse caso, passe-me para cá uma fatia de pudim, Monstro da Fábula! disse o Leão, deitando-se e acomodando o focinho entre as patas — E sentem-se os dois ordenou ao Rei e ao Unicórnio. Vamos ao pudim.
O Rei estava evidentemente incomodado de ver-se metido entre dois bichos daquele tamanho; mas não tinha remédio.
— Que linda luta vamos ter pela coroa, agora! disse o Unicórnio olhando para a coroa que quase caía da cabeça do Rei, tal era o seu tremor.
— Vencerei fàcilmente, resmungou o Leão com arrogância.