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A conversa terminou, felizmente, pela entrada da Candida que vinha convidar a viscondessa para madrinha do casamento.

Apesar da indiferença que aparentava, o dr. Ramalho soffria com tal campanha; demasiado honesto para usar de processos identicos e pagar diffamação com diffamação, sentia-se adoentar n’uma crise de desânimo que o deixava impotente para a lucta.

Só o dr. Pinto sustentava a retirada desembestando ironias a torto e a direito e conseguindo ridicularisar o Maximiano e a sua malta a ponto de obstar a que todo o partido do visconde, por um resto de pudor, se passasse com armas e bagagens para o campo inimigo.

Mas, contra esta influencia, mais paralysadora do que militante, alevantava-se a do padre Mathias carreando descontentes e ambiciosos que pediam empregos e ganhos, que não se regateavam no partido aos bons serviços politicos.

A sua bilis de atrabiliario extravasava em doestos e arremetidas que visavam todos os contrarios e em particular o abbade a quem odiava e invejava.

O velho padre, que era um bom e um humilde, sem sombra de maldade nem ambições gananciosas, fechava os olhos e desattendia-se para evitar questões, que se lhe afiguravam pouco em harmonia com os deveres da posição de ambos.

Bastas vezes fingira não saber dos desregramentos do cura, que a pretexto de ter sido feito padre pela violencia da vontade paterna não olhava a conveniencias que o mais simples homem