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Ás mulheres portuguêsas
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existencia, alimenta-o com o seu leite, acalenta-o no seu regaço, — continúa a viver da sua existencia, póde assim dizer-se.

A mãe sente-se satisfeita com esses cuidados que dispensa aos pequeninos seres, que lhe enchem de ternura e de encanto o coração; e, cuida, justamente, que ninguem será capaz de os tratar e amar como ella...

Mas esta mulher tão cuidadosa e carinhosa não é, não pode ser, uma bôa mãe! Só o instincto a guia, e o homem de hôje é por tal fórma o producto de costumes e civilisações sobrepostas, que deixou ha muito de ser o animal de instinctos, segundo a natureza, para ser um producto de arte e de trabalho e de paciente cultura.

Educar uma criança de hôje, não é manda-la para a escola para que saiba lêr e escrever; é muito mais do que isso!

Ainda antes de nascer, já a criança deverá ser respeitada e amada, cohibindo-se a mãe de muita coisa que a póde prejudicar, cuidando do seu proprio somno, da sua alimentação, e da sua higiene, para que a delicada planta humana