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Ás mulheres portuguêsas
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Para as outras reclamariamos, em vez de cadeias, oficinas e casas honestas que as recolhessem com piedade, e as ensinassem com desvelo a amar os filhos que a sociedade tem todo o interesse em recolher e educar para a alegria de viver e de ser util, porque na terra não ha muito quem o seja e menos quem o saiba ser.

E esses pequeninos seres, que tanto pesam hôje ás pobres mães sem marido que lhes ajude a criar e educar, não arrastariam pela vida fóra a vergonha de não ter nome de pai, antes fariam recahir sobre o covarde que fugiu á responsabilidade dos seus actos todo o despreso das almas honestas.

Então, a sociedade, melhor orientada, não terá tanto despreso pela mulher iludida e atraiçoada no seu amôr, que a miseria e ignorancia tanta vez desculpa, como pela calculista maliciosa que procura o casamento como emprego, como posição, que a livre de situações equivocas, legalisando-lhe todos os desvarios.