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ÁS MULHERES PORTUGUÊSAS

pela inteligencia, tudo quer comprehender e possuir.

A mulher entre nós não póde, por deficiencia de educação e excessivo acanhamento, ser a util companheira de tal homem.

Na idade-média a mulher podia esperar o marido, que ia ás aventuras fabulosas, sentada ao bastidor ou á róda de fiar, tecendo com suas brancas mãos o linho que por si e pelas suas criadas fôra fiado. Ignorante e passiva, era a digna esposa do senhor brutal que só conhecia o direito da força.

No seculo xx a mulher tem de ser outra, porque outro é tambem o homem e muito diferente o seu ideal.

Educar a mãe para ser a educadora dos filhos; educar a mulher em geral para viver de si mesma, e para si, quando pertença á enorme legião das que ficam solteiras e portanto, — sem filhos a educar nem casa a governar, deve ser um dos nossos mais porfiados empenhos.

É este o verdadeiro feminismo.