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Ás mulheres portuguêsas

canos, mas nas oficinas, nas fabricas que nos poderão criar industrias exportadoras, no cultivo da terra que nos dá o pão do nosso sustento, o linho da nossa roupa, as fructas mais delicadas, o arroz, a cortiça, o vinho, as conservas, e tantissimas coisas que já hôje se exportam a mêdo e que poderão ser outras tantas fontes de riqueza, se a ellas se dedicarem inteligencias e dinheiro que mal parados andam umas e outro.

E nós, as mulheres, que temos nas nossas mãos a alma dos nossos filhos, que é como quem diz o futuro e a esperança, ensinêmos-lhes a despresarem o caminho das transigencias acomodaticias e a fugir do fatalismo musulmano com que temos acolhido, de braços cruzados, todos os desastres e toda a decadencia da nossa nacionalidade.

Preparêmo-los para que entrem na vida cheios de coragem e energia para o trabalho, renegando as miserias e as vergonhas de agora, e façam resurgir das ruinas duma sociedade que se anulou a si mesma, um Portugal novo, conscio de si, altivo e digno.