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viam. Numa dessas vezes ajudou os construtores da linha a arrancar um poste que fôra fincado torto, trabalhando tal qual um elefante manso da India.

Emilia tornara-se amiga intima do animalão. Ia sempre á Figueira Brava ve-lo pastar arbustos, e com ele entretinha-se horas, a ouvir casos da vida africana. Era um rinoceronte de boa paz, já velho, com a ferocidade nativa quebrada por longos anos de cativeiro no circo. Só queria uma coisa: sossego. Porisso fugira do circo e viera esconder-se ali, no silencio do capoeirão dos taquarussús.

— Eles querem matar você, disse-lhe Emilia certa manhã. Trouxeram para isso um canhão-revolver e uma metralhadora.

O rinoceronte arrepiou-se todo. Jamais supusera que a atividade daqueles homens, e toda a trapalhada das linhas que andavam assentando, tivessem por fim dar cabo da sua vida.

— Mas por que? indagou em tom magoado. Que mal fiz eu a essa gente?

— Nenhum, mas você é o que os homens chamam “caça” — e o que é caça deve ser caçado. Quando os homens encontram no seu caminho uma lebre, uma preázinha, um inambú, um pato selvagem ou o que seja, ficam assanhadissimos para mata-lo — só por isso, porque é caça. Mas você não tenha medo que não será caçado. Hei de dar um geito nisso.

— Que geito?

— Não sei ainda. Vou ver. Mas não se incomode. Sou geitosissima! Dou um geito de afugentar os homens e você ficará morando toda a vida neste sitio.

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