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alto foram as granadas de cera de Emilia, arranjadinhas sobre o telhado. Pedrinho quís examina-las. Não pôde. A boneca espantou-o com um grito.

— Não se aproxime! Não bula, que me estraga o capitulo!...

E tia Nastacia? Essa ficou em baixo, rezando e riscando a cara e o peito de tremulos pelo-sinais. Apesar de descrente da vinda das onças, que lhe parecia coisa impossivel, começou a sentir um horrivel pavor. E se viessem mesmo? pensava ela. E se o tal cheirinho que a boneca sentira no ar fosse mesmo cheiro de onça?

Subito — Miau! Um horrivel miado ressoou no pasto. Devia ser o sinal de ataque do onço viuvo. Logo em seguida surgiram de dentro de todas as moitas uma infinidade de caras de onças e jaguariticas e iráras e cachorros do mato, com olhos ameaçadores e dentuças arreganhadas.

Só então a pobre negra se convenceu de que tinha errado. Correu, qual uma desvairada, ás pernas de páu que Pedrinho lhe tinha feito. Não as achou. A Cléo havia-se utilizado delas. Olhou aflita para a escada. Bobagem, escada! As onças trepariam por

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