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do aquilo, os besouros da Emilia resolveram dar-lhe parte do sucedido. Foram procura-la.

— Apareceu lá na mata um bicho que não se parece com bicho nenhum nosso conhecido, informaram eles gemeamente.

— Grande? perguntou a boneca.

— Terá o tamanho duma casa de caipira.

Emilia calculou logo que fosse algum boi tresmalhado, mas pela descrição que os besouros fizeram viu logo que não podia ser boi. De repente teve uma idéa.

— Escutem, disse ela. O tal monstro é preto?

— Sim.

— Tem couro enrugado?

— Enrugadissimo.

— Um chifre só no meio da testa?

— Isso mesmo. Um chifre pontudissimo.

— Come gente?

— Não. Só come folhas de arvore.

Emilia pôs-se a refletir, com a mãozinha no queixo. Ou era unicornio, animal fabuloso que não existe, pensou ela, ou era rinoceronte — e como Emilia andava cheia de rinocerontes na cabeça de tanto ouvir Pedrinho ler as noticias do que fugira do circo, imediatamente percebeu que se tratava do mesmo.

— E’ ele! exclamou em voz alta. Que sorte tem Pedrinho! Quís um rinoceronte e um rinoceronte apareceu!...

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