Página:As Caçadas de Pedrinho (1ª edição).pdf/79

— Não quero vende-lo por dinheiro e sim troca-lo pelo carrinho de cabrito.

— Nesse caso eu terei metade do carrinho, as rodas, por exemplo, lembrou Cléo, mais para amolar a boneca do que por desejar realmente possuir as tais rodas.

Emilia refletiu uns instantes. Depois disse:

— E você mais tarde me dá de presente as rodas?

Cléo teve dó da afliçãozinha dela.

— Dou, sim, dou desde já. Estou brincando. Não preciso, nem quero roda nenhuma. Ajudarei você a vender o rinoceronte sem cobrar comissão nenhuma.

Foram ter com Pedrinho, que ainda estava a ler o seu jornal.

— Escute, Pedrinho, disse a boneca tirando-lhe o jornal das mãos. Vou ser franca. O tal rinoceronte que fugiu do circo existe sim, e por um extraordinario acaso descobri o lugar onde está. Juro! Ora, se você nos promete dar o carrinho de cabrito em troca, o negocio está feito.

Pedrinho estranhou aquele nos.

Nos? repetiu ele, admirado. Nos, quem?

— Sim, eu e Cléo. Ela é socia, tem metade do rinoceronte.

O tom com que Emilia falava começou a convencer o menino.

— Sério, Emilia? Está falando sério?

— Nunca falei tão a sério na minha vida, Pedrinho. Sei onde está o rinoceronte fugido, mas só o direi se você me der...