res medrosas do mundo. Se conservassemos o rinoceronte aqui no sitio, elas se trancariam em casa pelo resto da vida. São bobissimas. Mas veremos isso depois. Agora temos de ir espiar o bicho.
Guiados pela Emilia, saíram os tres ao encontro dos besouros, que justamente naquele instante estavam voltando a si do longo desmaio.
— Onde está o rinoceronte? perguntou-lhes Pedrinho ao chegar.
Mal acordados ainda, e ignorantes do que significava a palavra “rinoceronte”, os pobres besouros olharam para o menino com ar pateta. Emilia interveiu, explicando que só ela sabia falar áqueles bichinhos.
— Escutem, disse, queremos saber onde ELE está.
Os besouros entenderam e deram as indicações do ponto exato onde ELE se achava escondido. Pedrinho, que conhecia a moita dos taquarussús, tomou rumo para lá.
Meia hora depois chegavam a um ponto onde a mata se abria em clareira, tendo dum lado a Figueira Brava, debaixo da qual os bichos costumavam reunir-se em assembléa, e de outro a tal moita de taquarussús. Chegaram, espiaram e nada viram.
— Vejo lá adeante uma pedra preta, disse Cléo apontando para um rochedo de dorso redondo que os capins altos meio escondiam. De cima talvez possamos avistar o monstro.
Correram todos para a tal pedra, treparam-lhe em cima e do alto espiaram por entre as arvores em todas as direções. Nada! Nem sombra de rinoceronte.