portaria do convento, aberta pelo Irmão Bernardo, que se desfez em mesuras ao visitante.

Servus servorum!

— De Deus, de quem todos o somos, Irmão Bernardo. Como vai o vosso achaque?

— Sempre na mesma, senhor licenciado! Um cansaço... Ah!... que nem posso com este corpo.

O achaque do irmão porteiro era a preguiça, que ele diagnosticara — afrontação.

No rés do chão do edifício ficavam, de um lado as vastas salas do refeitório e a rouparia, do outro o pátio, nome que davam os jesuítas às aulas de latim e mais estudos menores; no fundo viam-se por entre as grades das janelas o horto e a grande cerca do convento, a qual ia ter ao mar.

Enquanto Vaz Caminha subia os primeiros degraus da escada de pedra, que conduzia aos aposentos superiores, assomou no topo a figura de um frade já quebrado pelos anos, o qual tendo visto pela janela entrar o advogado, fora cortesmente ao seu encontro.

Ave, doctor, semper amabilis! disse o jesuíta com a expressão da mais viva cordialidade.

Gratia vobis, pater provincialis, respondeu o legista com igual expressão.