alguns escreviam crônicas das religiões, ou cartas sobre o estado das reduções.

Quem visse esses homens, assim ocupados em marcarem com o selo de sua inteligência todos os conhecimentos, em ligar seu nome, não já à religião, mas à história, à geografia, à política, à filosofia e até às artes, não se admiraria que, unidos pelo mesmo pensamento e dirigidos por uma só vontade, houvessem criado a Ordem poderosa que, espalhando-se pelo mundo, dominou os tronos, curvou os reis, e lutou com os governos das nações mais fortes.

Um frade, que nesse momento entrou na sala, avistando o advogado, encaminhou-se logo a ele para o saudar. Vaz Caminha respondeu à cortesia com sinais de respeito e acatamento que não tivera, mesmo falando ao provincial.

Quem era pois esse jesuíta, e que elevado grau ocupava na Companhia?

Era o P. Inácio de Louriçal, um simples professo, de todo alheio aos negócios secretos, a que nenhuma importância ligava; e por isso o menos qualificado do grau. Mas bastava olhar aquele meigo semblante de velho, coroado de nívea auréola de cãs,