com franjas e lavores de preço; uma infinidade de bandeirolas, flâmulas e galhardetes esvoaçava ao sopro da brisa do mar, formando um íris móbil e volante.
A claridade do sol, batendo de chapa sobre a imensa alcatifa de sedas e veludos, fazia cintilar as facetas das pedrarias, o polimento das armas e o lustro dos arneses, cujos reflexos brilhantes esguichavam como espadanas de uma cascata de ouro.
Na sombra que projetavam os toldos de seda, outro quadro se desenhava menos vivo, porém mais delicado. Em volta das arquibancadas do circo, como colar de pérolas, ou festão de rosas, estavam as mais formosas damas da Bahia, desfolhando o sorriso na ponta do lábio travesso, vertendo cores e feitiços das faces rosadas.
Ao primeiro lanço d'olhos, o painel se mostrava confuso e enredado, como os mosaicos chineses e os arabescos mouros.
Logo após a multidão que se agitava na praça figurava um dragão de mil cores, a enroscar em anéis o dorso de escamas prateadas. Afinal quando a vista se fitava, os objetos tornavam-se distintos, as formas várias destacavam; podia-se então apreciar a disposição da cena.