— Porém, se é uma injustiça! acudiu Inesita inquieta. O senhor governador não devia consentir.
— Que posso eu, menina? perguntou D. Diogo.
— Não fostes vós que os nomeastes? Tendes direito de ordenar-lhes que emendem seu erro!...
— Reparai, D. Inês, disse o fidalgo sorrindo, que censurais gravemente vosso pai!
A menina caiu em si:
— Não podia ter tal pensamento; mas ele foi severo demais, não é verdade?
— Foi injusto! exclamou o alcaide. E Deus queira, não se arrependa ele! Estácio é capaz de fazer a vosso irmão pior do que a D. Fernando. Eu conheço aquele rapaz!...
— Vamos, Álvaro, não desamparai o vosso posto, disse D. Diogo. Ide e sede menos arrebatado, meu velho soldado; nem tudo se leva à ponta de espada.
O alcaide desceu lentamente a escadaria.
— Oh! impedi este combate, senhor governador, disse Inesita inquieta.
— Por que vos assustais? perguntou D. Diogo com bondade.
— Tenho medo! murmurou a menina.