tomou o pajem de garupa, e lançou-se a galope.
Entretanto Gil, impressionado pelo que acabava de comunicar-lhe o cavalheiro, inquieto com a ideia do próximo combate, sentia-se mais tranquilo, lembrando as provas de esforço e valor, que dera o moço estudante, na tarde daquele mesmo dia.
Retratava na memória infantil os feitos recentes do torneio, as brilhaturas de Estácio e sua galhardia no manejo das armas. Insensivelmente o menino procurou no flanco do cavalheiro os punhos da espada leal, sua guarda e defesa: tinha necessidade de acariciá-la. A carícia é uma maneira de sentir das crianças e das mulheres; é também um estilo para a língua que fala o coração.
Afagar os punhos da espada, era para Gil um meio de dizer que punha nela toda a confiança, e um modo de pedir-lhe que transmitisse à sua alma a coragem e a esperança. Valia tanto como beijar a mão do cavalheiro, tocar dos lábios o ferro que essa mão valente enobrecera.
Nos copos da espada havia uma cruz; diante dessa cruz a alma do menino, bafejada pela fé sublime do cristianismo, ajoelhava aos pés do Senhor, e votava sua eterna salvação pela existência do único protetor