— Não ides magoado comigo, não? disse ela pousando-lhe as mãos sobre os ombros e sorrindo.
— Bem sabeis que não, Elvira minha, alma de minha alma! exclamou o cavalheiro ajoelhando a seus pés e beijando-lhe a fímbria do vestido.
— Pois então antes de partir contai-me como vos foram as festas sem mim; e se vos deslembrastes de quem não passou um instante, que não estivesse convosco em pensamento.
Cristóvão apontou para a tarja do escudo que trazia bordada no peito do saio:
— Perguntai-o à minha estrela que nunca me desacompanhou ou a estas joias que o são menos do que sois de minha vida. Elas ficam; e eu me parto.
— Não; que me haveis de dizer como as ganhastes; pague-me esse prazer tão grandes penas quais passei.
— Ah? e não me contareis que penas foram essas?
— Quando souber tudo que fizestes. Vinde; mas falai baixinho que não vos ouça minha mãe.
Elvira fez Cristóvão sentar-se no estrado, e escutando, se tudo estava em silêncio, foi sentar-se junto dele.