— Há tamanha confusão! disse Cristóvão.
— Não vos inquieteis, outra vez vos digo. Ide-vos ao sarau; eu fico por aqui.
— Tanto gostais da festa? admira-me isso!
— Nihil mirari, filho, é o preceito do sábio, bem o sabeis.
— Mas não podeis andar só, no meio desta vilanagem, replicara Cristóvão.
— Deixai-me vosso pajem, Estácio; ele me basta.
— Gil! disse Estácio alteando a voz.
Um menino de quatorze anos, vivo e esperto, que acompanhara os cavalheiros e se conservava a alguma distância, chacoteando e rindo com outros da sua idade, aproximou-se.
— Segue o senhor doutor; tu me respondes pelo que lhe acontecer.
— Não tem dúvida, Senhor Estácio! respondeu o pajem com certa galhardia, levando a mão a uma pequena adaga que trazia à cinta, e perfilando o talhe franzino.
Os dois cavalheiros e o doutor sorriram do recacho cavalheiresco de Gil.
— Já vedes que estou em boa guarda; parti-vos tranquilos; não