vendia pelas ruas numa cestinha de palha; neste mister ocupava todo o dia, percorrendo de uma extrema à outra a cidade do Salvador; às vezes, quando sentia-se fatigada ou quando o sol estava a pino, sentava-se na portada da Sé ou no cruzeiro do Colégio. Divertia-se então em trançar palha de várias cores, com que tecia lindos cabazes e os mais vistosos abanos que ver-se podiam.
Estes dois ramos de negócio sobravam para sua subsistência. Ninguém a via desalinhada, senão mui composta e bem trajada. A beleza e graça natural davam-lhe o sentimento de faceirice inseparável de toda a mulher, que conhece o poder de seus encantos e deseja ostentá-lo, ainda que por simples e inocente vaidade.
A propósito da alfeloeira, um reparo.
Há pequenas indústrias que por sua natureza são próprias da mulher, e formam a sua especialidade na grande oficina do trabalho social. Exercê-las o homem, a parte robusta e livre, parece além de efeminação, injustiça ao sexo frágil e delicado, cuja atividade não é só restringida pela natureza, mas acanhada pelos usos e costumes.
Sentiram os antigos legisladores a necessidade de garantir a mulher contra a indecorosa concorrência