o navio singrando rumo direito, corria agora ligeira bolina sobre o mar sereno. Como esse barco, o espírito do religioso enleado em cogitações, corria agora impelido pela ambição sobre um oceano de ideias. A lembrança apagada das cartas que lera na cela do P. Cunha avivara-se em sua mente.
No dia seguinte o jesuíta prolongando até a proa seu passeio habitual, engendrou um encontro casual com Anselmo. Trocadas as primeiras palavras, o rapaz o acompanhou até as amuras, onde tiveram longa prática. Carecia o sacerdote de um moço de serviço, e a propósito de informações sobre o procedimento fez-lhe uma infinidade de perguntas relativas, não só a ele, como a outras pessoas da cidade do Salvador.
Entrou enfim o galeão Rosário a barra de Lisboa.
Poucas horas depois de lançar o ferro no ancoradouro, o aventureiro D. Aníbal e o mariola Anselmo foram presos por familiares do Santo Ofício em virtude de denúncias depostas na caixa secreta. O P. Molina interveio em favor do criado; mas tudo quanto obteve foi que ele voltasse imediatamente, em um navio que