— Mas sempre ouvi que não era desar receber um cavalheiro mimos de sua dama!... Nos tempos da cavalaria assim se usava!...
— Ah! esquecia-me advertir-vos; falta aí uma moeda. Dei-a ontem de esmola e não tenho outra para repor!...
— Pelo amor de Deus, cavalheiro!
— Vamos, tomai!
— Isso não! Sem ordem da dama!... Para que se amofine comigo e ralhe?... Desse cavalinho não caio eu!
— Pois não quereis a aprazimento, será a contragosto! Aí estão em vosso poder; fazei delas agora o que vos aprouver!
Dizendo o que, travara Estácio de uma ponta da mantilha da covilheira, e atando destramente as moedas em nó, afastou-se antes que a mulher caísse em si da surpresa.
Com uma cara de desconsolo, tornou a Brásia mais que depressa a casa para dar conta à dama do acontecido.