Já havia o visitador perpassado rapidamente mais de meio volume, quando seus olhos caíram sobre um assentamento que despertou nele a curiosidade; levou o índex da mão esquerda ao lugar da página onde começava a nota, e releu dessa vez com muita lentidão as palavras escritas:


“D. Ismênia de Mascarenhas do Couto Aguilar, esposa de D. Francisco de Aguilar, Senhor de Paripe, dona de jerarquia por descendência, como por aliança. Jurada secretamente aos 15 de novembro de 1599. Enfermou de paralisia que a tem tolhida em uma cadeira, pelo que esmoreceu nas obras, sem contudo arrefecer no zelo, devoção e obediência.”


O frade esteve a cogitar algum tempo com a vista pregada na escritura, ou porque lhe despertasse ela uma série de pensamentos, ou porque estivesse a decifrar naquelas palavras seu verdadeiro e cabalístico sentido. O jesuíta, quando fosse obrigado a escrever, ensinava a Monita Secreta, que escrevesse o menos possível, só quanto bastasse para ser entendido. Ninguém mais versado nessa cabala do que o P. Molina; pelo que não é de estranhar que inquirisse do escrito o que ficara na tenção do escritor.