uma coisa!
— Dirá, filha.
— Eu fiz um voto a Nossa Senhora das Candeias... Um voto de quando me casasse com aquele que é meu marido, não o reconhecer como meu senhor, antes que ele fosse levar à Virgem uma vela de promessa! Mas eu não pensava que o casamento viesse tão cedo, como veio!... Queria saber... O voto vale?
— Decerto, filha; e ainda mais agora, porque é uma penitência que lhe dou.
— Penitência por que, senhor cura? É algum pecado casar?
— Não, mas é um pecado feio deixar a donzela que lhe roube seu noivo, o que só a esposa pode dar a seu marido!
— Porém, com perdão de V. Reverendíssima, ele não me tomou mais que o meu coração!
— Como, filha! Não disse você que ele a desgraçou!
— Pois sim, me desgraçou, porque me roubara o meu amor, e ia-se partir sem me dar sua mão e seu nome! Há maior desgraça no mundo, padre cura, para quem só vive de amar?