deu o procurador, no sacramento da crisma. Sabe-se que necessidade tinha ele dessa mudança; era preciso que Vilarzito, o marido de Dulce, morresse no século, aos umbrais do claustro. O apelido tirou-o ele do famoso escritor, como bom presságio de sua nova carreira.
Segundo o uso dos conventos, cada noviço era adjunto especialmente a um dos religiosos mais autorizados que lhe servisse de guia e exemplo vivo; assim desempenhava o moço ao mesmo tempo funções de discípulo e fâmulo. Vilarzito continuara sob a imediata inspeção do P. Procurador; sucedeu que um dia arrumando a cela do mestre, fez o rapazito uma descoberta.
O P. Cunha tinha a seu cargo os negócios do Brasil. Entre os vários maços arrumados uns sobre os outros na prateleira, leu o menino quando os virava para espanar, o seguinte rótulo sobre a encosta de papelão, em letras maiúsculas: NEGÓCIOS DAS MINAS DE PRATA.
Ouvira Vilarzito ainda muito criança falar dessas famosas minas de prata, cuja fábula enchera as Espanhas. Tomado pois de curiosidade, e aproveitando a ausência do P. Mestre que saíra para longe, desdeu os nós ao cadarço vermelho, e encontrou