na capa entrou pela porta de São Bento, e seguiu até o princípio da Rua da Palma. Aí apeou, atirando as rédeas ao pajem com estas palavras:

— Vai-te ao Terreiro esperar!

Continuou a pé e cosido com a parede seu caminho até a casa onde tinha o judeu Samuel banca de dinheiro. A porta estava fechada; abriu-se um postigo que havia por cima, e uma voz doce e maviosa perguntou:

— Quem bate lá?...

O cavalheiro já se tinha afastado dois passos, como se esperasse aquela aparição; e saudou-a debaixo, atirando-lhe um estrepitoso beijo estalado na ponta dos dedos. De cima lhe responderam com um longo suspiro acompanhado de uma flor que veio cair a seus pés; ele depois de a apertar uma e muitas vezes aos lábios, guardou-a no peito do gibão.

— Quando permitireis a um triste, senhora, que vos admire de mais perto, ainda que seja para acabar a vossos pés de dar esta alma?...

— Ela não vos disse?... murmurou a voz maviosa.

— Quem, a Joaninha?