do dever? E sois vós o competente para julgar se a prisão que sofreis é ou não justa, quando é ela decretada em virtude da lei pelo juiz posto por El-Rei?

Eu vos conheço, Estácio, e estou vendo-vos repelir com horror a liberdade comprada a título de assassino e rebelde. Antes mil vezes o cárcere e torturas da iniquidade, que esse dom nefasto. Nem ele vos aproveitaria assim conseguido; pois se no pleno gozo de vossa pessoa careceis de uma atividade imensa para levar ao cabo a magna empresa que sabeis, certo nada conseguiria quem, fugitivo, tivesse além disso a prover nos meios de segurança e modos de escapar às pesquisas das justiças.

Não arrisqueis por um passo imprudente vossa bem parada posição. Em um dos papéis que vos envio achareis a coragem necessária para sofrer a dureza da prisão, e a esperança que já tínheis por perdida. Não cansai o espírito em perscrutar o modo por que isso consegui; Deus fez o coração humano bom; os homens foram que o transtornaram; baste-vos essa explicação. No segundo papel achareis o texto de uma carta que deveis assinar; ela me dará pleno poder para