A fidalguia, com exceção dos poucos amigos e devotos da Companhia, não apareceu; em compensação o popular, que uma parte era pelos padres e outra pela festa, apinhava a igreja e o terreiro. Muita gente viera de todo o recôncavo; e muita ainda estava chegando para o fim da cerimônia.

Já a missa cantada havia começado: Fernão Cardim oficiava; o reitor tinha a epístola e o P. Figueira o evangelho. O coro dos noviços e estudantes, regido pelo respeitável Manuel Soares, correspondia à reputação musical de que merecidamente gozava a Casa Provincial do Salvador, desde o tempo do P. Navarro, o Orfeu cristão. Não obstante, o nosso Bartolomeu Pires, de corpulenta memória, mui digno mestre de capela da Sé Catedral, nesse momento ao lado de seu inseparável amigo Vaz Caminha, achava que dizer à execução.

— Ora, vede, senhor licenciado, como agora afrouxam o compasso, para outras vezes esticá-lo que parecem vão a toque de marcha!...

— São invenções de canto moderno, mestre Bartolomeu!... respondia o advogado mansamente.