Resolvida a averiguar o que passava, e aproveitando-se da nímia bondade da velha D. Ismênia, a alfeloeira, pretextando umas encomendas que a filha lhe havia feito sobre pontos de bordados, penetrou até onde estava a donzela. Esta, vendo-a, sobressaltou-se, e nem deixou que se aproximasse; voltou-se para uma escrava que ali estava a acompanhá-la:
— Dize à alfeloeira que meu pai me proibiu que lhe falasse e ouvisse palavra dela; pelo que peço-lhe eu que se retire, para me não obrigar a despedi-la de minha presença.
Inesita anunciou estas palavras com dignidade e nobreza, mas repassadas ao mesmo tempo da doçura que emanava sempre de seus lábios, ou na voz ou no sorriso. Contudo Joaninha, extraordinariamente surpresa, quer do que ouvira, quer do gesto da donzela, saiu arrebatadamente da casa de D. Francisco. Na porta encontrou-se com o alferes, o qual, aceso em ira, ameaçou-a de fazê-la amarrar ao pelourinho, se tornasse a passar a soleira da casa.
— Sabes que mais, Gil?... Eu não meto outra vez as minhas mãos neste negócio!...
— Por que então?... Ofendeu-te o alferes?