— Donde vê tal, V. Paternidade?
— Do modo pesaroso com que me recebe o senhor provedor, o qual por seguro não anuncia boa-nova.
D. Diogo sorriu com melancolia:
— Não quero mal a V. Paternidade pela severa lição de cortesia que me deu agora, pois a mereci. Não é com rosto magoado e ânimo pesaroso que se agasalha o hóspede que nos Deus envia; e nem D. Diogo de Mariz costuma semelhante hospitalidade. Mas se V. Paternidade soubesse que passado doloroso acorda em mim a menor circunstância relativa à catástrofe que me enlutou o resto da existência!...
— A morte do Senhor D. Antônio de Mariz, pai de V. Mercê?...
— Teve V. Paternidade notícia dela?
— Achava-me nesta cidade quando aconteceu.
— Talvez não a referiram com todas as particularidades.
— Ouvi falar apenas de longe; e pesou-me não saber mais miudamente do acontecido.
— Se o P. Molina a deseja ouvir, creio que acharia consolo em confiar-lhe as minhas penas,