a narrar a perseguição do governador até à catástrofe, e rematou com louvores à intrepidez e alto engenho do infeliz mancebo, tão prematuramente roubado à pátria.
Houve nessa narrativa uma lacuna relativa ao rombo da parede e ao sequestro dele P. Molina pelo Antão; o narrador tinha suas razões para não tocar por enquanto nesses pontos.
A narração deixou Vaz Caminha mergulhado em lucubrações profundas; tão ocupado estava em revolver no íntimo as palavras do jesuíta, que não se recordava mais da presença deste, nem se apercebia dos olhos com que ele investigava na sua fisionomia as sombras das imagens interiores. De repente fez-se um lampejo naquele espírito, que luziu fora:
— Então!...
O jesuíta compreendeu a necessidade de soprar a chispa.
— Não vos resta esperança!
— Mas uma voz secreta me diz que ele vive!...
Molina abanou a cabeça:
— Na eternidade!
— Neste mundo, padre! exclamou o advogado inspirado. Pois não vedes que ele não usaria do