se preparasse. Na antecâmara viu seu velho amigo e padrinho que esperava tranquilo o fim da prática. O advogado sabia agora o que o mancebo tinha obrado; e confiava na austera justiça do governador, tão inflexível no perdão, como generoso na recompensa.
O mancebo e o velho abraçaram-se estreitamente; um, nada perguntara, o outro, nada dissera; ambos tinham-se entendido pela expressão mútua do semblante. O de Estácio trazia o contentamento que logo refletiu no de Vaz Caminha.
— Livre, mestre, livre e premiado!
Instantes depois apareceu o governador e saudou afetuosamente o advogado.
— Nós os velhos, Doutor Vaz Caminha, já de pouco prestamos. Ei-lo aqui, este imberbe mancebo de dezenove anos, que é melhor advogado do que vós, e melhor juiz do que eu! Vistes o instante em que ganhou seu feito, que vós tivestes por perdido, e eu por julgado afinal?...
— Não foi ele, sr. governador, mas a sua inocência sob a guarda da Providência.
Os dois cavaleiros partiram afinal do palácio. O governador adiante meio corpo do cavalo, como era uso quando andava com seus íntimos,