Por quasi meia hora esteve ella assim, de olhos em fogo. Afinal foi sarando e sarou e abriu os olhos — primeiro um, depois o outro, depois os dois. Muito admirada de enxergar como antes, deu uma risadinha feliz.
— Sarei! exclamou Miss Sardine, muito admirada, piscando muito e olhando para tudo para ver se os olhos estavam bons mesmo ou só meio bons. Depois voltou ás perguntas, indagando que coisa era uma frigideira.
Tia Nastacia ficou atrapalhada. Contar a um peixinho o que é uma frigideira até chega a ser judiação. De dó della a negra deu uma resposta que a deixou na mesma.
— Frigideira, disse, é uma panella rasa onde a gente põe uma certa agua grossa, chamada gordura, que chia e pula quando tem fogo em baixo.
— Que bonito! exclamou Miss Sardine admirada. Um dia hei de voltar aqui para passar uma hora inteira nadando nessa agua que pula.
A negra tapou a bocca com as mãos para esconder a risada que ia sahindo. Nesse momento dona Benta gritou lá do fundo do quintal:
— Nastacia! Venha depressa...
— Que será, meu Deus do céu? exclamou ella, correndo para ver do que se tratava.
Encontrou dona Benta perto do gallinheiro, em conferencia com o doutor Caramujo a respeito da doença do pinto sura. Assim que chegou dona Benta disse:
— Nastacia, veja se me pega o pinto sura.
— Para que, sinhá? perguntou a preta estranhando a ordem.
— O doutor Caramujo quer dar a elle uma das suas milagrosas pilulas. Diz que não ha melhor remedio para estupor de pintos suras.
Tia Nastacia abriu a bocca. Seria possivel que aquelle bichinho cascudo entendesse mesmo de pilulas?
Elle está mangando com mecê, sinhá! Onde já se