se implicando com a boneca. Historias de virar são muito faceis. Assim que apparece uma difficuldade, isto vira naquillo e prompto!
— Não acredite, Emilia! disse Narizinho. A historia que você contou está muito boa e merece gráo dez. Para uma boneca de panno, e feita aqui na roça, não podia ser melhor.
Emilia ficou toda ganjenta com o elogio e botou a lingua para o gato Felix.
O relogio da sala bateu dez horas.
— Vamos dormir, creanças, disse dona Benta, e amanhã quem vae contar uma historia é o visconde.
III — O SHERLOCK
No dia seguinte tia Nastacia veio dizer que havia desapparecido outro pinto. Dona Benta ficou muito aborrecida; viu que naquelle andar lá se ia a ninhada inteira.
— E Pedrinho? indagou. Que é que Pedrinho diz a isto?
— Sêo Pedrinho e o visconde andam lidando lá no gallinheiro, mas até agora não descobriram nada.
Pedrinho estava naquelle momento conversando com o visconde no quintal.
— Na minha opinião, dizia elle, isto é alguma raposa que vem visitar o gallinheiro de noite.
— Pois eu acho que não é raposa nenhuma, disse o novo Sherlock Holmes. Examinei tudo muito bem examinado e encontrei um pello de animal que não é raposa, nem gambá, nem ratazana.
— De que é então?
— Ainda não sei. Tenho que examinar esse pello no microscopio e preciso que você me faça um microscopinho.
— Vóvó tem um binoculo. Quem sabe se serve?...
— Ha de servir. Vá buscal-o.
Pedrinho foi e trouxe o binoculo de dona Benta. O Sher-