e nem ao menos me deram o que ela valia! Velhacos... Os sujeitinhos hoje estão espertos!

MENESES – Pobre homem!

ANTÔNIO – Pobre, não! (Bate no bolso.) Veja como tine! (Rindo.) A mulher está doente, não trabalha; eu durmo todo o dia, não vou mais à loja; porém Margarida tinha uma cruz de ouro com que rezava. Fui eu, e furtei agora de noite a cruz, como o outro furtou minha filha, e passei-a nos cobres. Cá está o dinheiro; chega para beber dois dias. Estou rico! Viva a alegria! Olá! senhor moço! Ande com isso!... Meia garrafa!...

HELENA (à Carolina.) – Vamos para outra sala; não podes ficar aqui.

RIBEIRO (a José.) – Faz já sair este bêbado!

ARAÚJO (a Luís.) – Tenho medo do que vai se passar.

ANTÔNIO (para Carolina.) – Olé! Que peixão! Da cá este abraço... menina!

CAROLINA – Meu pai!... (Esconde o rosto.)

ANTÔNIO – Pai!... Há muito tempo que não ouço esta palavra. Mas quem és tu? Deixa-me ver teu rosto. Tu pareces bonita. Serás como Carolina? (Descobre-lhe o rosto, olha-a fixamente e começa a reconhecê-la.) Mas... não me engano... Sim... Sim... Tu és!...

CAROLINA – Não!