CAROLINA – Não é preciso recorrer a estes meios para mostrar-me o seu desprezo; eu o sinto mesmo de longe, e agora vejo-o mais no seu olhar do que nas suas palavras.
LUÍS – Que quer de mim?
CAROLINA – Queria fazer-lhe um pedido; mas já não tenho coragem.
LUÍS – Então é inútil a minha presença aqui.
CAROLINA – Não! Espere! Farei um esforço; porém prometa-me ao menos uma cousa.
LUÍS – Não é preciso.
CAROLINA – É muito; prometa-me que por mais estranho que lhe pareça o que vou dizer-lhe, deixe-me falar; depois acuse-me, escarneça de mim; é o seu direito; não me queixarei.
LUÍS – A recomendação é escusada; três vezes procurei com as minhas palavras reparar um erro; mas convenci-me que quando tine o ouro, não se ouve a voz da consciência. Pode falar.
CAROLINA – Sente-se. (À Helena.) Fecha aquela porta e deixa-nos.