pouco mais ou menos, Carolina descobriu que estava roubada.

MENESES – Ah! Aquela caixinha de charão...

HELENA – O Vieirinha com uma chave falsa abria e tirava as joias que Carolina guardava, deixando as caixas vazias, para que ela não desconfiasse.

MENESES – Que miserável!

HELENA – Ela coitadinha, a princípio fingiu não se importar; mas depois veio-lhe uma febre... Esteve à morte. Com a moléstia gastamos o que tínhamos; vendemos tudo, e alugamos este cochicholo onde mal cabemos.

MENESES – Com efeito não parece habitação de gente.

HELENA – Que remédio!... Mas o pior é que não temos nem o que comer! Se ao menos ela já estivesse boa... Neste desespero lembrei-me de escrever àqueles que tínhamos conhecido em outros tempos, ao senhor, ao Araújo, ao Ribeiro, ao Viana... Escrevi até ao próprio Vieirinha!

MENESES – Depois do que ele fez?

HELENA – Talvez esteja arrependido, e restitua uma parte do que roubou.

MENESES – Duvido muito; mas fica descansada. Falarei aos outros. Entretanto deves ter necessidade de algum dinheiro... (Batem.)