do que condená-la à esterilidade?... Que dizes, Meneses?

MENESES – Quando se trata de amor, calo-me, porque estou convencido que o coração faz o que ele deseja, e não o que se lhe aconselha. Mas já que me interrogas previno-te que terás de sustentar contra o mundo um combate em que muitas vezes sentirás a tua razão vacilar. A sociedade abrirá as suas portas à tua mulher; mas quando se erguer a ponta do véu, hás de ver o sorriso do escárnio, e o gesto do desprezo, que a acompanharão sempre. Toda a virtude de Carolina, toda a honestidade de tua vida, não farão calar a injúria e a maledicência. Tens bastante força e bastante coragem para aceitar esse duelo terrível de um homem só contra uma sociedade?

LUÍS – Tenho!

MENESES – Então faz o que te inspira o amor; é um nobre mas inútil sacrifício.

ARAÚJO – Carolina já sabe da tua resolução?

LUÍS – Não; e só deve saber no momento. Conheço-a e temo a sua recusa! Por isso dispus tudo em segredo; ali está preparado um altar...

ARAÚJO – Para hoje?

LUÍS – Sim; é preciso não deixar um instante à reflexão.

MENESES – Pensas bem!

ARAÚJO – Contudo