HELENA – Está apaixonado loucamente por você; quer falar-lhe; e não há senão este meio.

CAROLINA – Podia ter vindo hoje com a senhora, como costuma? Era melhor!

HELENA – O amor não se contenta com esses olhares à furto, e esses apertos de mão às escondidas.

CAROLINA – Mas eu tenho medo. Meu pai pode descobrir; se ele soubesse!...

HELENA – Qual! É um instante! O Ribeiro bate três pancadas na rótula; é o sinal.

CAROLINA – Não! não! Diga a ele...

HELENA – Não digo nada; não me acredita, e vem. Se não falar-lhe, nunca mais voltará.

CAROLINA – Então deixará de amar-me?

HELENA – E quem será a causa?

CAROLINA – Mas exige uma cousa impossível.

HELENA – Não há impossíveis para o amor. Pense bem; lembre-se que ele tem uma paixão... (Margarida entra.)

CAROLINA – Aí vem, mãezinha! (Assustada.)


CENA VIII