— Maria!
— Eu te juro, Gonçalo; não tens rival no meu coração e nem sei mais ter caprichos loucos: amo só a ti e quero-te por meu senhor: se um dia mudar de sentimentos, quem primeiro t'o ha de dizer, sou eu.
E a serêa que cantára inclinou de novo a cabeça, as mãos do official cederão e roçando pelo tronco forão apertar a cintura mais delicada, em quanto os labios da amante beijavão a face do amado.
Maria pagava a deslealdade e a espionagem, allucinando o official perdidamente escravo da sua belleza e dos seus invites fascinadores.
Vencido o ímpeto de ciume e embotados os santos escrupulos e protestos da honra sacrificados á paixão mais violenta, Maria voluptuosamente reclinada na cadeira, em que se sentara, com um lindo anel de madeira, que fugira ao penteado já meio confuso, á brincar-lhe na face levemente corada, disse á Gonçalo:
— Comtigo eu me perco, porque esqueço o mundo.....
— E para que lembra-lo?
— Para vingar-me.