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nosso senhor, e na tua ha: ninguem, sem delinquir, acouta ou protege contra a acção da autoridade o homem criminoso ou não que a autoridade se empenha em prender.

— Eu não fallei em protecção á criminosos.

— Embora: fallaste em victimas injustamente perseguidas, em infelizes marcados pela vingança e pelos odios pessoaes dos recrutadores; mas nem para salvar essas victimas nos é licito ultrajar as leis, maquinando contra a acção da autoridade.

— Ora esta!... então se um desses desgraçados te batesse á porta esta noite; fugindo á uma patrulha de soldados, tu lhe negarias entrada e asylo?...

— Ainda mesmo á réos de certos crimes eu não o negaria; mas ao romper do dia de amanhã depois de fazer almoçar regaladamente o hospede, dar-lhe-hia uma bolsa cheia de ouro, e dir-lhe-hia: o dever da hospedagem está cumprido por mim; agora salve-se, como puder.

— Para um homem generoso é pouco.

— Eu sou ainda mais respeitador do governo do que homem generoso.