— Desconfio desse mancebo..... juraria que elle furta ao jogo.
— De que modo?
— Não sei: se as cartas obedecem ás suas paradas é que elle sem duvida as terá marcado.
— Não é Angelo que dá ás cartas para o jogo, e nós mudamos de baralhos por vezes.
— Mas a sua teimosa e infallivel fortuna?
— E' fortuna.
— Angelo não é rico....
— Ao contrario, não tem onde caia morto.
— Todavia.... o seu ouro cobre a mesa do jogo, e elle pára com a affouteza de um millionario.
— E claro: se fosse millionario não parava assim; mas o seu ouro é ouro verdadeiro, eis o essencial.
— D'onde lh'o vem?
— Que nos importa? façamos por ganhar-lhe o ouro.
— Eu não jogarei esta noite.
— Tanto melhor: jogador que não joga e observa o jogo, vê em dobro: preste-nos um serviço: não arrede os olhos e a attenção desse ende-