Angelo, dizendo-lhe, que alguem a troucera e se retirára.
Angelo acabava nova e ainda feliz cartada, quando admirado recebeu, abrio, e leu para si o bilhete que Maria lhe escrevera: « estás perdido, se me não deixas salvar-te: vou jogar contra ti: perde sempre, e perde tudo. »
Angelo empallidecera, e reflectia, baralhando as cartas.
— Misericordia! exclamou Maria, chegando-se á mesa do jogo; que monte de ouro!...
E desviando os olhos da aurea colheita de Angelo, volveu-os pelos jogadores que palpitantes de emoção, uns descorados pela concentração da ira, outros afogueados pela expansão desse ou de outro afflictivo sentimento, tinhão os olhos presos ás cartas, e teimosos provocavão ainda a fortuna.
Maria tomou entre as suas uma das mãos de Alexandre Cardoso, e com estudada crueldade, largou-a logo, dizendo:
— Que gelo! que mão de finado!
Alexandre Cardoso fingio que se sorria.