— 194 —

Graças do conde da Cunha
Ao bando cazamenteiro
Achão noivos raparigas
Sem belleza, e sem dinheiro.

Em um mez se acabão
As moças solteiras,
Os noivos recorrem
A's velhas gaiteiras.

P'ra muitos que sobrão,
Soltar vão as freiras,
Dos recolhimentos
Sahem prisioneiras.

E as qu'em vão amavão.
E as que lastimavão
A sorte, que o feio, cruel celibato
Tam máo lhes impunha

E as moças sem dote, e as velhas e as freiras
Que á luz, se escondião, corujas do mato
São hoje devotas, e noivas festeiras
Do conde da Cunha.

Como esta mais cinco ou seis coplas cantou a bonita rapariga no meio de vivos applausos.

Depondo a viola disse ella á rir: