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Graças do conde da Cunha
Ao bando cazamenteiro
Achão noivos raparigas
Sem belleza, e sem dinheiro.
Em um mez se acabão
As moças solteiras,
Os noivos recorrem
A's velhas gaiteiras.
P'ra muitos que sobrão,
Soltar vão as freiras,
Dos recolhimentos
Sahem prisioneiras.
E as qu'em vão amavão.
E as que lastimavão
A sorte, que o feio, cruel celibato
Tam máo lhes impunha
E as moças sem dote, e as velhas e as freiras
Que á luz, se escondião, corujas do mato
São hoje devotas, e noivas festeiras
Do conde da Cunha.
Como esta mais cinco ou seis coplas cantou a bonita rapariga no meio de vivos applausos.
Depondo a viola disse ella á rir: