análise direta, se foram abordados em algum momento ocorreu de forma sutil e sem haver confronto entre os pontos divergentes.
Tal omissão se deu de maneira intencional, uma vez que o trabalho não se propõe a comparar as diferentes visões em relação às melhores formas de manter uma organização social, mas observar uma forma específica de organização, que emerge no atual contexto: as organizações no ciberespaço, independente da sua classificação. Desta forma, é possível estudar o objeto com um certo distanciamento em relação aos instrumentos e com uma visão menos influenciada por paradigmas modernos.
Entretanto, para analisar tais organizações foi preciso traçar um modelo que pode ser tido como consenso no mundo ocidental contemporâneo. Um modelo baseado nas noções de democracia e com os fundamentos iluministas, novamente, sem questionar os méritos das práticas econômicas ou de governo. Basicamente, se tem como substrato o consenso do uso da razão para a obtenção da igualdade entre os homens através da liberdade em suas ações.
O modelo foi construído ao longo dos destes capítulos (III, IV e V) e de forma concomitante à sua contextualização no ambiente que emergiu com as novas tecnologias digitais, o ciberespaço. Da mesma maneira, o que se entende por ciberespaço e suas implicações às coletividades foi traçado em conjunto com a elaboração do modelo de organização social. Portanto, ao realizar uma leitura com este formato é possível identificar os fatores inerentes às organizações sociais em consonância com sua face no meio digital.
Nesse contexto, no capítulo III - O ciberespaço e a sociedade civil é apresentado o que se entende por ciberespaço, o que se entende por sociedade civil, o que se entende por esfera pública e qual pode ser a relação entre esses três conceitos e o modelo democrático. No capítulo IV - O ciberespaço e o projeto democrático ocorre uma análise mais direta em relação ao modelo tido como base, então se observa: a participação e sua função democrática, a sociedade civil - porém sob um contexto de ator social ativo -, a instrumentalização da razão