Almeida Nogueira[1], «compendiou em suas paginas os principios mais adeantados do direito publico moderno» e poude fomentar, nas proporções que vimos, os recursos do paiz.
Essa nação, que assim prosperou, pertenceu a Portugal, foi obra de portugueses na civilização e no povoamento; e, durante um largo transcurso de annos, constituiu para o nosso povo uma especie de eldorado, em que era tão facil grangear a vida que, apezar de todo o nosso atrazo, se nos affigurava terra mal empregada em mãos de possuidores a nosso vêr indolentes e sem energias redemptoras.
Foi desse juizo falso, a que nos guindára a ignorancia presumida, que caimos ao fundo da realidade.
Era a humilhação. Se tivermos patriotismo ha de se converter em grande estimulo porque é uma lição de coisas…
Á nossa ruina contrapõe-se a prosperidade da ex-colonia? Imitemol-a. Á estagnação das nossas forças responde o Brasil com provas de actividade? Trabalhemos, com o cerebro e com os musculos, sejamos fortes de intelligencia e de vontade. É o nosso dever.
A economia portuguesa depende do estrangeiro. Estamos roidos de todos os males de uma politica desleixada, egoistica e corruptora. Falta-nos o necessario ao abastecimento do paiz. Produzimos artigos para que não encontramos bastantes mercados e procuramos mercados para que não temos artigos adequados.
É a anarchia, de alto a baixo.
Mas não é a ruina definitiva, por que queremos viver e é indispensavel que não nos deixemos morrer miseravelmente.
O Brasil é, como dizia Silvéla dos povos hispano-americanos para a sua patria, o nosso mercado natu-
- ↑ Liberdade profissional, discurso parlamentar.