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e não me atrevo portanto a aventurar desde já apreciação alguma, fiando-me sómente em impressões vagas e obscuras de épocas tão remotas.

Espero a publicação della para avivar minhas impressões, e então enunciar inteiro o meu sentimento a respeito das bellezas e deffeitos do illustre poeta diamantino.

Posso todavia dizer desde já que Aureliano Lessa, além de alçar-se com succeso aos generos os mais graves e elevados, primava tambem nas cançonetas, e em toda a especie de poesias fugitivas.

Elle as compaha à granel, mimosas, delicadas, feiticeiras.

Qualquer impressão, qualquer incidente, qualquer lembrança lhe inspirava instantaneamente deliciosas coplas, ou exquisitos dithyrambos. Creio que esses ligeiros sorrisos de sua phantasia, multicor como o iris, infelizmente se perderam pela maior parte.

Posto que nada soubesse da arte do solfejo, gostava summamente da musica, cantava e tocava violão, e elle mesmo inventava melodias para suas lindas composições eroticas.

Muitas formosas modinhas, que boje ainda são populares, são musica e lettra-da lavra de Aureliano Lessa.

Taes são, entre outras muitas, a maviosa canção