Aldeia, o qual me concedeu acompanhada de cavilosos conselhos. Quando à noite me recolhi, me puseram em uma escura masmorra com ordem sua para se me não dar alimento algum, dizendo que fora avisado de que eu procurava ajustar com os meus compatriotas a sua, e minha fuga. Mas não consentindo os Numes nesta falsidade, quiseram que fosse o Rei àquela casa de campo por ocasião de montaria, e se lhe lembrasse que o escravo, que por Filósofo lhe ofereceram, ali vivia: pelo que ordenou que eu fosse à sua presença. Disseram-lhe aquele delito, que se me havia imputado; estranhou que se procedesse com tanto rigor, sem ser a prova suficiente. Logo fui solto; mas como fosse achado nos braços da morte, não tive alento para falar-lhe. Pouco a pouco fui restituindo-me, porque para lances mais trabalhosos me resguardavam os Céus. Assim passava sofrendo ultrajes e tiranias. Uma noite, em que a recordação da minha infelicidade reforçava o meu tormento, vi que a casa se ia enchendo de fumo. Temendo algum incêndio, saí daquele pobre aposento; e reparando que de outro, que estava místico, saíam horrendas labaredas, chamei gente, para que se apagasse; e ouvindo que todos se magoavam por Aldino, por ser o fogo no seu quarto, lembrando-