Com estas palavras me deixou contente, e descontente, pois os descansos de bem visto me tiravam a esperança aos meus desejos. Quando quis recolher-me, conforme o costume, fui conduzido a umas casas da vizinhança, que achei bem ornadas, e com criados, que me servissem. A este tempo Delmetra estava ouvindo com grande alegria aquela repentina mudança da fortuna; e como quase era chegada a noite, Antionor, fazendo aqui ponto, se despediu; e Delmetra lhe rogou quisesse no dia seguinte continuar a sua história, já que a havia principiado; pois como ferida de trabalhos se consolava em ouvi-lo. Antionor se retirou, prometendo satisfazê-la. Delmetra toda aquela noite vacilava entre mil considerações, lembrando-lhe quanto aquele grato modo de falar era semelhante ao de seu querido Diófanes, que havia quatorze anos perdera. Também lhe corria o ver-lhe um sinal pardo na barba semelhante a um, que tinha o suspirado consorte; mas estas considerações despersuadia o reparar que tinha a cabeça, e o rosto cheio de cicatrizes, era totalmente falto de dentes, e tinha muito avermelhada a cor, e diversa da de Diófanes; e não se persuadia que tanta mudança, e estrago pudessem obrar os trabalhos, e o tempo. No dia seguinte saiu a esperá-lo