são remoras da maldade, costumam aqueles obrigar as vontades, e conciliar amor, animando para as heroicidades; e em se premiarem os merecimentos, se publicam leis para criar beneméritos; e castigando um réu, se põe o mais forte padrão, para que ninguém o seja; assim como ao Soberano tanto devem amar os bons, como temer os maus, fazendo que se não persiga a humildade, e que a ambição, e vingança acabem logo no suplício, com que os favorecidos da fortuna conhecerão que esta não é segura, não a afiançando boas obras; e aos que injustamente perseguir a desgraça, animará alguma justa esperança; e como é preciso mais ânimo para vencer os vícios, que valer para acometer os exércitos, o Rei que não for casto, é preciso que seja cauto, para não dar escândalo aos vassalos, com o que aumentaram as glórias de seus nomes Alexandre, Marco Aurélio, Cipião, e outros varões admiráveis. Também me lembro, que aconselhava Platão aos Atenienses, que elegessem Governadores, que fossem justos, constantes, verdadeiros, prudentes, e generosos, porque os grandes Senhores são temidos pelo poder, e amados pelo dar: pois é certo que os não seguem